sexta-feira, 21 de junho de 2013

Texto pra refletir . Pura Verdade


       



Amigo: — Cara, você se arrependeu de ter terminado com ela?

Ele: — Olha pra mim, você acha que eu me arrependi? Eu saia 

sexta e só voltava segunda de manhã pra trabalhar. Eu peguei a 

mãe, a filha, a prima, a tia e só não peguei a vó da vizinha, porque 

ela tinha hemorroida. Eu tinha cortesia pra entrar nas melhores 

baladas. Eu esnobei as garotas que todos os homens queriam 

pegar. Transei de segunda à sábado, e domingo eu via futebol. 

Detalhe, sem ninguém me chamando pra ir ver a porra do casal 

feliz no Faustão ou sei lá o que. Me mandavam mensagens o dia 

todo e se você perguntar se eu li alguma eu vou te dizer que não. 

Eu podia ver filme pornô, levar a guria que eu quisesse pra minha 

cama e depois chamar o taxi pra ela ir embora pra eu não precisar 

gastar gasolina, porque convenhamos, tá cara pra caralho. Eu era o 

que elas queriam de qualquer jeito. E eu, queria todas de qualquer 

jeito, mas só um pouquinho cada uma. Chamava todas de bê, pra 

não errar o nome de nenhuma. E por que diabos elas achavam que 

isso era fofo? Eu ia pra academia as três das tarde e voltava as 

oito da noite. Tenho uma coleção de calcinha perdida na última 

gaveta da minha estante. Eu saia na rua com o som alto no carro e 

podia escolher a dedo, quero essa, depois essa e mais tarde, essa. 

Na minha geladeira nunca tinha uma caixa de cerveja, eram no 

minimo quatro. Eu não devia nada pra ninguém. A única guria que 

me cobrava alguma coisa, era minha mãe. Me cobrava minha 

cueca lavada e só. Não tinha que ir no cinema ver as comédias 

românticas e falar “own amor, eu faria o mesmo por você”. Não 

tinha que deixar de ir pra balada pra fazer um lanchinho em 

família. Não precisava me preocupar em horário e olhava pra 

quem eu queria na rua. Minha casa tinha festa toda quarta. 

Camisinha aqui tinha do Bob Esponja até das Três espiãs demais. 

E eu ainda dava de brinde um moranguinho pra cada garota. Meu 

trampo era sentado na frente do computador. Peguei tua irmã cara. 

A amiga dela. A Carolzinha filha do Prefeito da cidade. A Jú filha 

do gerente do banco. Loira, morena, ruiva, que gostava de pagode 

até a que gostava de gospel. Eu tinha o mundo na minha mão. E 

você me pergunta se eu me arrependi? Me arrependi caralho. 

Porque toda essa porra de vida perfeita nesses 4 meses que fiquei 

sem ela não teve valor nenhum depois que eu vi ela sorrindo de 

um jeito que nunca sorriu pra mim, pra um outro cara aí. Pra um 

vagabundo desgraçado que vai fazer ela feliz, porque eu, eu não 

fiz ela feliz e ainda mandei a melhor coisa que eu tinha na vida me 

esquecer. E sabe o que é pior? Ela me obedeceu.




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